Rebeldia


Aos meus companheiros, camaradas, amigos
Cuja rebeldia, ao tempo que passou,
Resultando decadente face aos perigos,
Como uma rosa-do-deserto que murchou

À beleza, ao maravilhoso e a todos os ideais
Procurados em lufadas de (in)consciência
A que nas vanguardas, com fragor, sois leais,
Se sigam com a idade, essa fina inclemência

Mesmo dos “sólidos” projectos que se sublimaram
Aproveite-se os vestígios da amada experiência
Rebeldes sempre, que loucos nos tomaram

No assombroso mundo, muito há para criar
E sem a vaidade com que nos empregaram,
Nos compromissos sonhadores há que durar.

Nunes Zarel·leci