Na madrugada indecisa
Escondida na noite inquieta
Sempre atenta e sempre acesa
Foste
Lusitânia-Expresso
Austerlitz
e Joie de LireAmei-te de mais por excesso
Em tempos de não esquecer
E às vezes ter de partir
Cantei-te
em tantos momentos
Pelas
montanhas, pela cidadeBebi sonhos, somei ventos
Mil romances, mil inventos
Que somos da mesma idade
Há quem
te chame loucura
Quem te
chame falsidadeHá quem te chame aventura
Eu te chamo Liberdade
Beijei
as rosas de maio
Até
secar a sementeCorri estrada, cantei chão
Rasguei-me contra a corrente
Olho
pró rasto de mim
Espalhado
por todo o ladoRestos de alma e coração
Cinzento de tão magoado
Vivi a
noite dos dias
Prodígios
nunca alcançadosTanta força havia em mim
Tantos planos, tantos fados
E apenas deixei recado
Por toda a vida vivida
Nesse tempo apaixonado
Por toda a estrada corrida
Por todo o povo abraçado
Por tanta rota sofrida
Por tanto sonho lançado
Por toda alma sentida
Viveria tudo em dobro
Em dobro deste bocado.
Pedro
Barroso