Arte Poética


Por cada verso feito quantas noites
desfeitas e mulheres transfiguradas,
madrugadas, cidades, auto-estradas,
montes de cartas, mortos e ausentes.

Por cada verso feito me despeço
dêste mundo, em pedaços repartido,
pois só consigo reunir-me quando fundo
império de poema nunca escrito.

António Barahona