Novembro


Fumegam as lâmpadas queimadas
pelo frio de mil Novembros.
Esmorece como uma centelha
a luz das paisagens em pastel.
Recolhe-se o corpo para dentro do corpo.
Como as copas das árvores,
que são segredos à noite.
Amanhã virá certamente outra aurora.
Pela janela,
com a mesma vagarosa urgência de sempre
Tingindo as janelas com ouro branco.

Nuno F. Silva