Há uma noite insone nos meus dedos
promessa de madrugada, fio de luar,
e uma errância de astros e enlevos
anunciada num silêncio por abotoar.
Há um vento sonâmbulo, sem medos,
que me desalinha. docemente, o respirar
e uma inquitea geografia de segredos
de onde, intacta, não quero regressar
Ergo-me à imagem nítida de um delírio,
numa paisagem indizível de ternura,
e o tempo suspende-se com um rio
em danças de volúpia, semi-nuas.
Por fim, quebra-se a lua em agonia
no meu corpo, presságio de dia.
Marta Costa