Último Poema Possivelmente de Amor


recorda
como se os dias não fluíssem em dias
e para ti fosse um nítido jogo de músculos

meu braço no teu corpo anfiteatro
da mais pura derrota rumo às constelações

eis-me descoberta
de tudo que se arrisca sem limites
construído pela coloração de globos de vidro
iluminados e submersos

para o teu nome
um novo mecanismo de linguagem
para o teu corpo
memória ciclo perfeito
dos meus desejos de pedra e de violência

tu
única para quem fui adeus o homem sem comédia

Manuel de Castro