Quem me dera ser simples e vulgar,
Pensar como o vizinho merceeiro...
Juntar no Montepio algum dinheiro
E fazer-me por todos respeitar.
Normal no porte, feio e regular,
Ter casa própria já, com jardineiro...
Vazio de ilusões, e bom caixeiro,
Ensinar o meu filho a continuar...
Assim envelhecer devagarinho,
Perfeitamente parvo, mas feliz,
E certo de seguir por bom caminho.
Dirás, leitor: "a quem você o diz!
Beber também eu queria desse vinho..."
-Não bebas... vamos antes a Paris.
Olavo d'Eça Leal