Lonjura


Na história que te contei
Eu fiz tudo ao contrário
Não pus sílabas nem palavras
Mas no O dos teu abraços
Senti todo o abecedário

Se descuidei a pontuação
Nos dois pontos dos teus olhos
Fui a vírgula, essa lágrima
Que se fez exclamação!

(O parêntesis que se abriu
Na lonjura do teu estar
Crava agudos no meu peito
Acentos de coração desfeito
Até o parêntesis fechar)!

Afonso Brito