A ideia é uma experiência de prazer, 
não um dogma divino, uma viragem na tristeza, 
na exaustão: o colapso da desistência.
A sua estrutura é edificada a partir da razão de si, explicita-se
na exuberância do objecto que estimula os sentidos.
O deleite de quem observa é a volúpia de quem cria,
a impressão do observador acolhe o objecto que se transmuda.
Produz fenómenos, múltiplas sensações, leituras e perspectivas
do que em si se deu à elaboração do exterior.
Entendimento e sensibilidade confraternizam
no deleite da observação que à observação do criador
lhe produz uma nova experiência, estimulando-o
na criação de experiências de prazeres.
O espaço geométrico espiritualiza-se com a aritmética do tempo,
mitifica-se, e o que encerra oculta-se na metáfora.
O que transparece pode não ser o que na origem é.

Luís Filipe Sarmento