Cerimónia


eu ergo a minha adaga
à Lua infernal
por entre multidões de louva-a-deus
alucinados de morte
e ascendo depois nas palmas das minhas mãos
os seus sexos de insecto
em erecções de enforcado
e ofereço-os a ela, Lua.

e esporro-me pelos olhos- até que
lambido pela raiva
fico a pairar no imenso grito
que a noite deposita
nas crianças
como
eu.

Artur Rockzane