olho pela madrugada
os cafés fechados
com as cadeiras voltadas sobre as mesas

nesta hora afasto-me de toda a violência do mundo
e já não posso odiar

fico alheio
dentro de mim um suave vácuo

não aguento certas imagens
sabem-me a fel
desesperadamente falsas

amedrontado agarro-me ao concreto
como um marco fixo

um norte
salvar-me através do real
mesmo que desconexo

Momed Kadir