Lembra-te


Lembra-te do que tu recusaste
e, por isso, eu renunciei à cidade,
como se fosse a última dádiva a ti
                                    sem tu saberes!

Agora que estou no exílio desse sol
adivinho para breve a tua despedida,
vejo-te nos últimos jantares,
a casa quase vazia e,
trocando endereços com o secreto
                                    alívio da partida.

Mas quando olhares pela última vez
a Baía e nela a cidade espelhada
lembra-te de mim.

Maria Alexandre Dáskalos