I
Justapor ao espelho,
Com abundância, a tinta,
Retirar aos pormenores a força,
Suster, condensar, os brilhos
Em estratos de elisão, simples
Como tudo é, sem força.
II
Os delinquentes sorriem,
Atravessando as fossas que abriram;
Os que esperam abandonam os livros
E respira-se menos ar, agora,
Mas ainda há sonhos
A magoar uma ou outra ironia.
Rui Almeida