A Um Operário


Se da miséria o lívido fantasma
Em seus braços de ferro te comprime,
Não vás pedir consolações ao Crime
Mas põe os olhos no futuro e pasma

Enquanto suga a esmola da Cobiça
As bagas do suor da tua fronte,
Vê-se por entre as nuvens do horizonte
Vir ascendendo a estrela da justiça

Alfredo Carvalhães