Enamorado


A ti, estranho, e a ti, amigo querido
De pequenas e grandes aventuras,
A devoção assombrosa de não estar perdido
À tua incerta passagem
Na indecorosa viagem da vida,
Verve de doçuras
E pontuais e imperceptíveis agruras.

Como é belo o dia! Ver-te de novo
Com estes olhos onde a sede não definhou;
Do cansaço infernal que me turvou
O olhar que agora revigorou.

Pedro Águas